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RELIGIÃO DOS ORIXÁS - Livro Cultura Iorubá parte I


Fonte: Cultura Iorubá: costumes e tradições / Maria Inez Couto de Almeida, Ifatosin - 2006

Como a maioria dos povos antigos, os iorubá eram muito dedicados à sua religião.
É uma religião rica em lendas, que têm a função de normatizar o comportamento individual dentro do grupo, e retratam os orixás com os mesmos defeitos das pessoas comuns, redimindo-os depois por bom comportamento, sofrimento, bravura etc.

Em muitas localidades os rituais de feitura das crianças eram realizados ao nascer. Vale dizer também que cada pessoa tem um único orixá protetor. Não são feitas “qualidades” de santo, nem santo substituto, nem existe “juntó”. Também não acontecem as chamadas “surpresas” quando um orixá “passa na frente do outro”.
Embora tendo o seu orixá protetor desde o nascimento, as pessoas cultuam outros orixás, com diversas finalidades. Esu é cultuado por todos. Todas as pessoas que trabalham com ferro homenageiam Ogun. Os caçadores cultuam Ode, e assim por diante. Todos respeitam Orişa'nlá, que é o orixá mais puro, “todo branco por fora e por dentro”.

O número de divindades é impreciso, mas vai de duzentas a mil e setecentas.
A fama de algumas atravessou continentes, enquanto outras são cultuadas apenas em pequenas localidades, e outras ainda tiveram seus cultos extintos e foram esquecidas.

Quem determina o orixá, o tipo de obrigação, e tudo na vida das pessoas é Ifá - o oráculo, que é filho de Orunmila. Não se faz absolutamente nada importante sem consultar Ifá, e quem não seguir sua orientação, por mais estranha que pareça, vai sofrer graves decepções.

Ifá aprova noivados, marca casamentos, decide sobre sociedades, aconselha sobre filhos, negócios, marcação de datas, enfim nada se faz sem procurar o Oluwo, que consulta Ifá por meio do ikin, do opele Ifa ou dos búzios. Em geral são recomendadas oferendas aos orixás, para que sejam alcançados com sucesso os propósitos da consulta.

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