Muito se fala atualmente sobre fundamentos e qualidades de Orixás, nesta mesma atualidade nos tornamos superficiais, imediatistas e o pior, informatizados sem saber ainda usar nossas ferramentas de comunicação normal, a fala, a visão, a audição, o tato, a expressão facial etc. Somos comunicadores sem ter as bases para nos comunicar.
Toda tradição religiosa antiga se baseia na oralidade, no boca a boca, no ouvido a ouvido, onde as coisas deveriam ser apreendidas, refletidas, compreendidas primeiro e depois interiorizadas como VERDADE, MEIA VERDADE ou MENTIRA. Por milênios isto deu certo, nas religiões primitivas, nas Ordens iniciáticas como a Maçonaria, Templários, Ordem Martinista e Ordem Rosacruz. Tudo era ouvido, aprendido e apreendido.
Na Umbanda o médium iniciava cambonando, aprendendo, observando e deixando seus cinco sentidos serem domesticados para que um dia pudessem servir de instrumentos nas mãos dos Mentores Espirituais. Havia uma lapidação deste Médium. Que ouvindo os problemas refletia sobre os seus. Prestando o auxílio se sentia importante para si mesmo, desenvolvia a autoconfiança e uma vontade ardorosa de ajudar ao próximo. Em algum momento desta jornada ele receberia outras responsabilidades maiores, passaria a um Médium de Consulta, ou Sete Linhas, e um Coroado em algum momento, isto para médiuns incorporantes. Ou também de cambono (a), aprenderia a ouvir as cantigas e repetí-las no momento certo, sua memória era treinada, sua astúcia era desenvolvida para se tornar um bom Ogan observador ou um Cambono Coroado, Cambona Coroada.
Também nestes áureos tempos, pouco se podia ler em livros. Os pretos velhos recomendavam que o filho aprendesse e observasse cada gira, e levasse para casa seu aprendizado diário ou semanal dali. Sua lição de casa em forma de reflexão.
Desculpem o saudosismo de minha pessoalidade, ainda que eu tenha apenas 15 anos que coloquei a roupa branca pela primeira vez, mesmo tendo nascido nesta religião no ano de 1987 um Pré natal feito por um Preto Velho. Neste tempo de estudo e conhecendo sacerdotes mais antigos, observando a RITUALÍSTICA de Umbanda, sempre vi que era um seleiro artístico, de música, canto, dança, poesia, esculturas, gestos teatrais repetidos, e modernizou-se para atingir o cinema. Sete Artes na mesma religião.
Hoje temos um amálgama cada vez maior, é uma pena que em algumas casas, senão na maioria, esta união de novas crenças não se desenvolveu para a autodescoberta da Umbanda. Muitos se tornaram não criadores e inovadores, mas reprodutores de um culto afrobrasileiro mais conveniente.
Nos moldamos ao futuro. Um futuro que era de apenas superficialidade. Copiamos para fingir que sabemos fazer externamente, enquanto muitos corações estão vazios. Muitos banquinhos de preto velho estão frios esperando seu médium retornar aos trabalhos. Muitos penachos de caboclos deitaram abandonados em algum lugar da mata, aguardando a Cobra Coral piar de volta.
Nesta luta entre as cópias das culturas que têm gerado mais brilho e mais dinheiro, que mandam no certo ou errado da única religião brasileira, o único Culto à Ancestralidade Brasileira em sua totalidade, as vozes de alguns guias ainda podem ser ouvidas: Umbanda tem fundamento criança!
Nós temos o nosso fundamento! Cada raiz mexe sua colher de pau como aprendeu!
O médium perdido, que ainda consegue ouvir este sussurro de seus mentores procura e se questiona: Onde estão os fundamentos da minha religião? Onde estão os fundamentos da Umbanda?
Na igreja, na África, no candomblé, na pajelança, no catimbó, na Jurema, no esoterismo ou no kardecismo?
Meus irmãos, Umbanda tem fundamento!
Não precisamos buscar externamente nada para substituir a nossa ritualística. Ela é perfeita em sua raiz. Sempre formou médiuns firmes e de grande poder espiritual no passado, que realizavam curas, se doavam aos necessitados e eram vistos como exemplo de maestria espiritual para seus bairros. Uma referência de abrigo espiritual que atraía consulentes distantes só para encontrar aquela senhorinha que trabalhava com aquele guia que falava tudo, ou aquele senhor com o espírito que curou tantas doenças e resolvia tudo.
Esta Umbanda ainda existe, e nos aguarda. Em algum lugar ela está adaptada à atualidade, mas em essência só se aperfeiçoou.
Temos fundamento, e o primeiro deles é a fé. O médium que não aprendeu esse primeiro não terá a paciência e as demais virtudes para edificar sua Obra Pessoal, e tomará o caminho mais rápido no primeiro sinal de atalho.
Temos fundamento para defumar.
Fundamento de Porteira.
Fundamento de Firmeza de Solo.
Fundamentos de camarinha.
Fundamentos para os quatro cantos do terreiro.
Fundamentos de decisa (esteira).
Fundamentos de Macaia (Mata).
Fundamentos de Cachoeira.
Fundamentos de Praia.
Fundamentos para confirmar um curimba (Ogan)
Fundamentos para confirmar um Cambono e um Cambona.
Fundamentos de Coroa.
Cantigas de obrigações.
Cantigas ao Anjo da Guarda.
Cantigas para riscar ponto.
Cantigas para assentar um exu.
Cantigas para batizar e fazer Amaci.
Cantigas para preparar Amaci.
Cantigas para queimar pólvora (fundanga ou Tuia)
Fundamentos para usar a pólvora
Continua...
Toda tradição religiosa antiga se baseia na oralidade, no boca a boca, no ouvido a ouvido, onde as coisas deveriam ser apreendidas, refletidas, compreendidas primeiro e depois interiorizadas como VERDADE, MEIA VERDADE ou MENTIRA. Por milênios isto deu certo, nas religiões primitivas, nas Ordens iniciáticas como a Maçonaria, Templários, Ordem Martinista e Ordem Rosacruz. Tudo era ouvido, aprendido e apreendido.
Na Umbanda o médium iniciava cambonando, aprendendo, observando e deixando seus cinco sentidos serem domesticados para que um dia pudessem servir de instrumentos nas mãos dos Mentores Espirituais. Havia uma lapidação deste Médium. Que ouvindo os problemas refletia sobre os seus. Prestando o auxílio se sentia importante para si mesmo, desenvolvia a autoconfiança e uma vontade ardorosa de ajudar ao próximo. Em algum momento desta jornada ele receberia outras responsabilidades maiores, passaria a um Médium de Consulta, ou Sete Linhas, e um Coroado em algum momento, isto para médiuns incorporantes. Ou também de cambono (a), aprenderia a ouvir as cantigas e repetí-las no momento certo, sua memória era treinada, sua astúcia era desenvolvida para se tornar um bom Ogan observador ou um Cambono Coroado, Cambona Coroada.
Também nestes áureos tempos, pouco se podia ler em livros. Os pretos velhos recomendavam que o filho aprendesse e observasse cada gira, e levasse para casa seu aprendizado diário ou semanal dali. Sua lição de casa em forma de reflexão.
Desculpem o saudosismo de minha pessoalidade, ainda que eu tenha apenas 15 anos que coloquei a roupa branca pela primeira vez, mesmo tendo nascido nesta religião no ano de 1987 um Pré natal feito por um Preto Velho. Neste tempo de estudo e conhecendo sacerdotes mais antigos, observando a RITUALÍSTICA de Umbanda, sempre vi que era um seleiro artístico, de música, canto, dança, poesia, esculturas, gestos teatrais repetidos, e modernizou-se para atingir o cinema. Sete Artes na mesma religião.
Hoje temos um amálgama cada vez maior, é uma pena que em algumas casas, senão na maioria, esta união de novas crenças não se desenvolveu para a autodescoberta da Umbanda. Muitos se tornaram não criadores e inovadores, mas reprodutores de um culto afrobrasileiro mais conveniente.
Nos moldamos ao futuro. Um futuro que era de apenas superficialidade. Copiamos para fingir que sabemos fazer externamente, enquanto muitos corações estão vazios. Muitos banquinhos de preto velho estão frios esperando seu médium retornar aos trabalhos. Muitos penachos de caboclos deitaram abandonados em algum lugar da mata, aguardando a Cobra Coral piar de volta.
Nesta luta entre as cópias das culturas que têm gerado mais brilho e mais dinheiro, que mandam no certo ou errado da única religião brasileira, o único Culto à Ancestralidade Brasileira em sua totalidade, as vozes de alguns guias ainda podem ser ouvidas: Umbanda tem fundamento criança!
Nós temos o nosso fundamento! Cada raiz mexe sua colher de pau como aprendeu!
O médium perdido, que ainda consegue ouvir este sussurro de seus mentores procura e se questiona: Onde estão os fundamentos da minha religião? Onde estão os fundamentos da Umbanda?
Na igreja, na África, no candomblé, na pajelança, no catimbó, na Jurema, no esoterismo ou no kardecismo?
Meus irmãos, Umbanda tem fundamento!
Não precisamos buscar externamente nada para substituir a nossa ritualística. Ela é perfeita em sua raiz. Sempre formou médiuns firmes e de grande poder espiritual no passado, que realizavam curas, se doavam aos necessitados e eram vistos como exemplo de maestria espiritual para seus bairros. Uma referência de abrigo espiritual que atraía consulentes distantes só para encontrar aquela senhorinha que trabalhava com aquele guia que falava tudo, ou aquele senhor com o espírito que curou tantas doenças e resolvia tudo.
Esta Umbanda ainda existe, e nos aguarda. Em algum lugar ela está adaptada à atualidade, mas em essência só se aperfeiçoou.
Temos fundamento, e o primeiro deles é a fé. O médium que não aprendeu esse primeiro não terá a paciência e as demais virtudes para edificar sua Obra Pessoal, e tomará o caminho mais rápido no primeiro sinal de atalho.
Temos fundamento para defumar.
Fundamento de Porteira.
Fundamento de Firmeza de Solo.
Fundamentos de camarinha.
Fundamentos para os quatro cantos do terreiro.
Fundamentos de decisa (esteira).
Fundamentos de Macaia (Mata).
Fundamentos de Cachoeira.
Fundamentos de Praia.
Fundamentos para confirmar um curimba (Ogan)
Fundamentos para confirmar um Cambono e um Cambona.
Fundamentos de Coroa.
Cantigas de obrigações.
Cantigas ao Anjo da Guarda.
Cantigas para riscar ponto.
Cantigas para assentar um exu.
Cantigas para batizar e fazer Amaci.
Cantigas para preparar Amaci.
Cantigas para queimar pólvora (fundanga ou Tuia)
Fundamentos para usar a pólvora
Continua...
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